quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Carnaval!

Bem, como é quase carnaval, vou passar 10 dias sem entrar na internet(O.o), portanto, vou fazer a postagem da semana que vem agora, já que eu pretendo postar pelo menos uma vez por semana.
EM primeiro lugar, queria dizer como eu fiz essa postagem. Eu estava tentando escrever algo sobre nostalgia, uma poesia talvez. Mas me perdi em meus pensamentos e meus dedos me traíram, criando um texto em prosa sobre fugas, encontrar um lugar que você faça parte, um lugar onde você possa, antes de tudo, ser feliz.
Bem, chega de delongas, lá vai:

Olhou para trás e sentia que nunca mais veria aquele lugar. Não teve medo. Sabia que seu lugar nunca havia sido aquele. Seguiu, sem pensar aonde ir, o que fazer, quem encontrar. Apenas foi. E quanto mais ia, mais sabia que havia algo para ele em algum lugar, bem longe dali.
Tinha poucas coisas consigo. Uma velha trouxa, algum dinheiro e uma velha gaita, sua companheira nos momentos em que queria lembrar do lugar de onde viera. Passou pelos portões que o separavam do mundo exterior, tão obscuro e amedrontador, pela última vez. O medo que sentia mal cabia dentro de si, mas sabia que tinha que continuar. Sabia que se parasse, iria voltar. Sabia que se voltasse, nunca sairia de novo.
Estava bem longe agora. Cerca de duas milhas de distância. Se perguntava o que seria longe para uma criança tão nova, cheia de sonhos e ilusões, que sente que deve conhecer o mundo. Mas não hesitava em continuar. E lá se foi ele, andando pelo tortuoso caminho do desconhecido.
A noite caía sem dó dos desavisados, e ele notou que precisava de abrigo. Passou a noite num velho celeiro, de uma velha fazenda. Não conseguiu dormir. Ficou pensando em tudo que deixou para trás. Sua avó, seus amigos... Sentiu uma lágrima lavar-lhe os olhos, e tirou-os do pensamento. Não me querem lá, pensou ele, se quisessem, nunca teriam me deixado sair escondido. O mundo é minha casa, e o que eu encontrar aqui fora eu chamarei de lar, disse, enfim, convencido que havia feito algo certo. Adormeceu.
Acordou com um sentimento renovado de coragem, que logo deu lugar ao medo quando viu que não estava onde havia adormecido. Estava num pequeno quarto, apenas com uma cama e uma pequenina janela fechada. Ouvia vozes do lado de fora. Sem pensar, escapou pela janela.
Correu como nunca havia corrido, até que suas pequenas pernas começassem a dar sinal de cansaço. Parou, banhou-se num lago próximo, e descansou.
Começou a pensar novamente no que deixou para trás. Será que finalmente sentiram sua falta? Sua pequena cidade, tão aconchegante e calorosa. Que saudades imensa que o apertou o peito. Por fim, suspirou, olhando seu reflexo nas águas do lago. Valeu à pena? Largar tudo, procurar meu caminho... Quanto mais próximo de se achar sentia, mais próximo de se perder sabia que estava. Começou a tocar sua gaita, até que finalmente percebeu. Era isso que eu queria, essa experiência. E seguiu seu caminho para lugar nenhum, com um sorriso nos lábios e a esperança renovada.

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